Tuesday, July 21, 2009

Anjos e Demônios

Encontrei um website repleto de ótimos estudos Bíblicos. Aqui está parte do texto do site Militar Cristão - Anjos e Demônios na Perspectiva Bíblica.

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Anjos e Demônios na Perspectiva Bíblica Por Cleber Olympio
Qual o seu anjo? Já falou com ele hoje?
Numa época onde vemos que as pessoas se atraem tanto por esses "seres de outro mundo", que estão ao nosso redor para "fazer o bem", ajudar as pessoas nos mais diferentes perigos, precisamos ter um parâmetro seguro para não concluir algo que não seja da vontade de Deus, a respeito de suas manifestações de poder e como ele age em nossas vidas.
O que mais as religiões da Nova Era pregam é a manifestação de energias e de seres vindos de outros lugares que não a Terra. Seus adeptos põem suas esperanças em algo que escape ao senso comum, a algo que julgam "invenção humana", como a crença em Cristo, Filho do Homem, e tentam apoiar sua "teologia" em algo que não se pode experimentar, que fica suspenso no ar, deixado ao arbítrio de quem quer neles acreditar. Afinal, "para o que crê, nenhuma prova é necessária; para o que não crê, nenhuma prova é suficiente". Até parece...
O escapismo teológico que se realiza nos dias de hoje, permeando inclusive as igrejas evangélicas, é um fenômeno que tenta se usar de uma capa "mística", "dentro da Palavra", para existir. E com isso, o povo de Deus fica em dúvida a respeito da real propriedade dos anjos e dos demônios na criação divina. Dá-se muito crédito a criaturas, e pouco ao Criador. Uns superestimam ambas as figuras; outros depreciam os anjos, e valorizam os demônios e seu poder sobre a vida do ímpio, ao promover os famosos "cultos de libertação".
O objetivo desse trabalho é esclarecer a respeito de como a Bíblia apresenta os anjos e os demônios. Como encará-los diante da soberania e do poder de Deus. Como tratá-los da maneira que convém. Acompanhe, e se surpreenda com algumas conclusões desse texto.
I - Anjos
1. Quem são?
Esse estudo tem por origem uma aula que o Senhor me deu oportunidade de ministrar numa classe de Escola Bíblica Dominical na igreja a qual congrego, que tratava do Apocalipse e de sua aplicação prática nos dias atuais. Vamos, então, usar esse livro para tecer algumas considerações iniciais sobre os anjos.
O livro de Apocalipse, logo no capítulo 4, versículo 11, trata de algumas das características desses seres citados na Bíblia. Acompanhe: "Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas".
Desde o versículo 6, João descreve a presença de quatro seres viventes, alados, com rostos de animais e humanos, que estão perto do trono de Deus. São estes que pronunciam palavras de louvor dirigidas ao Senhor. Às vezes não temos uma imagem clara de um anjo; João assim nos apresenta seres celestiais, diante do trono divino. Por todo o livro de Apocalipse citam-se anjos trabalhando no Juízo Final. Uns colaboram na anunciação do Cordeiro como Rei; outros são responsáveis por enfrentar as hostes demoníacas, até seu derradeiro destino.
Os anjos, como percebemos, são seres celestiais criados com finalidades específicas, notadamente a de servir continuamente diante de Deus. O versículo que apontamos mostra o louvor que eles realizam ao Senhor; essa é uma das tarefas. Outras que podemos ver nas Escrituras são a profecia, no sentido de se trazer mensagens vindas de Deus, como a do anjo Gabriel a Maria, e a de proteção dos que são tementes ao Senhor, como em Salmos 91:11 e Hebreus 1:14.
A Bíblia também cita anjos como soberanias, principados e até os chama de filhos de Deus. Jesus trata desse assunto ao se referir às doze legiões de anjos que poderiam livrar-lhe da cruz, se ele assim quisesse (Mateus 26:53). Essas seriam as soberanias e os principados, citadas em Colossenses 1:16. Quanto à denominação "filhos de Deus", podemos encontrá-la em Jó 1:6, na concepção de que sejam efetivamente anjos os que são referidos. Há uma interpretação que se realiza em Gênesis 6:2, texto que se refere ao casamento entre filhos de Deus e filhas dos homens, e o imaginário de muitos coloca tais filhos como os "nefilins", de cujo relacionamento se originaram os gigantes, dos quais descendia os filhos de Anaque e Golias, por exemplo. O contexto não nos autoriza a especular de tal maneira, mesmo porque o objetivo dessa passagem é elucidar a corrupção do homem em querer se afastar de Deus, mesmo aqueles que o buscavam, os da descendência de Enos, que começaram a invocar o nome do Senhor (Gênesis 4:26), não o de trazer à baila a origem dos gigantes.
Outros grupos de anjos citados na Bíblia são os querubins e os serafins. Especial destaque se dá ao primeiro grupo, vez que em cima da Arca da Aliança e no propiciatório o Senhor mandou que fossem confeccionadas imagens de dois querubins com as asas estendidas (Êxodo 25:18-20). O segundo é citado somente em Isaías 6:27, na visão do profeta em relação ao trono de Deus.
Menciona-se também na Bíblia uma hierarquia celestial, uma vez que em Judas 9 Miguel é chamado de arcanjo. Evidentemente, não podemos construir doutrina baseada num só texto das Escrituras, mas outros tendem a corroborar a tese dessa hierarquia, como I Tessalonicenses 4:16, onde Paulo fala da "voz do arcanjo", e Daniel 10:13 o chama de "um dos primeiros príncipes".
Um fator a se destacar são os nomes próprios dos anjos. Se dermos uma busca em fontes típicas de adoradores de anjos, vamos encontrar diversos nomes para esses seres, como Metatron, Jeliel, Raziel, Hariel, Nelchael, dentre outros. Segundo a Palavra, apenas dois anjos são chamados pelo nome, os já citados Miguel e Gabriel. Rafael é citado apenas num livro apócrifo (Tobias, adotado pela igreja católica), e possui características nada próprias de um emissário divino, como estímulo a práticas feiticeiras (Tobias 6:8-9) e mente, vez que havia afirmado a Tobias ser um homem, não um ser celeste.
2. Quem não são?
Atente ao título. É indispensável que tenhamos discernimento acerca dos atributos de um anjo, para não superestimarmos o mesmo. A principal característica ausente dos anjos, mas muito esquecida nos dias de hoje, é que ele não possui atributos divinos, notadamente a onipresença. O anjo, como criatura, não terá as mesmas prerrogativas do Criador. Assim sendo, ele tem seu poder limitado pelo Senhor, o que não o torna empecilho para o exercício da atividade divina, especialmente se ele for um rebelde. Esse esclarecimento é importante, inclusive para entender a situação dos anjos rebeldes, ou demônios.
Outro aspecto, em decorrência da ausência de atributos divinos, é a limitação do poder dos anjos. Eles têm grande poder (Salmos 103:20), mas tudo isso está sob a mão forte do nosso Senhor. Assim sendo, eles não têm liberdade de atuação dentro do projeto de Deus, tal como qualquer criatura; os anjos cumprem ordens.
Fica aqui também a discussão sobre a questão da existência ou não dos chamados "anjos da guarda". A Bíblia não trata do assunto fazendo distinção se há anjo ou anjos da guarda. A máxima de que "para cada alma vivente, há um anjo da guarda" não está contida nas Escrituras, mesmo porque ao redor de um ser humano podem haver muitos anjos para garantir sua proteção contra as hostes demoníacas. Mesmo com a referência ao "anjo do Senhor" que se acampa ao redor dos que temem a Deus (Salmos 34:7), não se pode dizer se é apenas um ou mais anjos designados à proteção dos crentes.
Outra ressalva se faz nesse item. A denominação "anjo do Senhor", por vezes encontrada nas Escrituras, não significa por vezes que um anjo foi enviado da parte do Senhor; em numerosas vezes, é o mesmo Deus que aparece, numa teofania (Gênesis 16:7; Isaías 63:9). Esse argumento fica particularmente evidente no texto de Gênesis, aonde Jacó luta com o anjo do Senhor no vau de Jaboque, e no decorrer da luta pergunta pelo nome desse anjo, ouvindo a seguinte resposta: "Respondeu ele: Por que perguntas pelo meu nome? E o abençoou ali." (32:29) Um anjo não abençoaria Jacó, nem lhe mudaria o nome.
Cabe dizermos também que os anjos não devem, em hipótese alguma, receber adoração. Ou seja, eles jamais se consistirão, diante de Deus, objeto de adoração. Interessante foi a expressa reação contra essa prática, dada a João numa tentativa deste de adorar um anjo: "Prostrei-me ante os seus pés para adorá-lo. Ele, porém, me disse: Vê, não faças isso; sou conservo teu e dos teus irmãos que mantêm o testemunho de Jesus; adora a Deus. Pois o testemunho de Jesus é o espírito da profecia." (Apocalipse 19:10). Aí está o recado para muitos que dobram seus joelhos diante de criaturas, e põem suas esperanças em quem nada pode.
3. Para que existem os anjos?
As funções básicas dos anjos na criação divina já foram elucidadas, como o serviço contínuo ao Senhor, além do louvor e adoração diante do trono do Senhor. Cabe agora tecermos comentários sobre aspectos particulares da finalidade de as Escrituras fazerem referência a esses seres.
Em primeiro lugar, os anjos têm por finalidade, sem distinção, de demonstrar o amor de Deus pelos seus filhos. Ao acompanharmos os relatos sobre anjos decaídos, presentes especialmente em Gênesis e Apocalipse, percebemos que para estes não houve misericórdia da parte de Deus.
Muitos, por vezes, se questionam acerca da possibilidade de salvação dos que se rebelaram contra o Senhor, e a Bíblia mostra que não houve para os rebeldes um redentor, isto é, Jesus não pagou os pecados dos anjos decaídos. Isso só vem a mostrar com clareza a primazia do ser humano na criação e a graça do Senhor sobre o mesmo, pois aos que Deus quis, foi estendida a sua misericórdia. Sabemos que não a todos, que a expiação é limitada (Deus quis salvar alguns dentre os seres humanos, e neles pôs seu selo, o sangue do Cordeiro) e, se não fosse essa misericórdia, teríamos todos o mesmo destino dos anjos e dos demais homens que jamais crerão, o lago de fogo eterno.
Os anjos também são exemplos para o homem, na parte de adoração. Certamente aqui podemos mencionar o fator de que eles glorificam diretamente ao Senhor, contemplando-lhe, sim, a face (não como diz uma melodia da Hinódia clássica...). O crente pode não ver, enquanto aqui estiver, a face do Senhor, mas a aproximação maior do Santo e de sua bondade o farão realmente cumprir seu papel de adorador, para o que é necessário buscar a santificação diária, assim como Paulo nos recomenda em Hebreus 12:14.
II - Os demônios
O assunto da demonologia não é dos mais agradáveis para diversos crentes. Reconhecemos tal fator, e tentamos expor algumas razões. Uns agem pelo empirismo de tratar o inimigo e tudo o que lhe diz respeito com repulsa, sem saber que devemos conhecer com quem estamos lidando para usarmos as armas corretas no combate. Outros simplesmente ignoram o assunto, e tratam a demonologia como algo "sobrenatural", que vem a trazer atenção sobre fenômenos que ocorrem em diversas igrejas neopentecostais, onde, literalmente, "o demônio tem voz e vez". Outros, ainda, levantam preconceito sobre o simples mencionar de demônios nas congregações, como se a expulsão desses seres fosse algo restrito ao ministério de Jesus e os apóstolos.
Seja como for, e qual opinião a sustentada, é necessário, ainda mais em épocas como a que vivemos, onde os fenômenos sobrenaturais estão supervalorizados nas comunidades, consistindo em verdadeiros "chamarizes" para cultos dominicais, que o povo de Deus tenha sabedoria e prudência para lidar, com discernimento, sobre a figura dos demônios.
1. Quem são?
Os demônios são anjos decaídos. Assim a Bíblia os apresentam. A base está em II Pedro 2:4: "Ora, se Deus não poupou anjos quando pecaram, antes, precipitando-os no inferno, os entregou a abismos de trevas, reservando-os para juízo;" Como podemos perceber nessa referência e em Judas 6, hostes de anjos se rebelaram contra Deus, e por isso foram precipitados no inferno. Como dito alhures, os anjos rebeldes não terão a salvação dada aos eleitos dentre os homens; ou seja, o salário do pecado é a morte, mesmo, para os demônios: de nada vale, para eles, a continuação de Romanos 6:23.
Essa rebelião, sugerem diversos teólogos, como Wayne Grudem, pode ter ocorrido num intervalo temporal entre Gênesis 1:31 e 3:1, ou durante tais acontecimentos, só que de uma perspectiva celeste, assunto esse que não era o foco de Moisés ao escrever a narrativa do pecado original. Assim diz Grudem:
"Quando criou o mundo, 'Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom' (Gn 1:31). Isso significa que mesmo o mundo angélico que Deus criara não tinha ainda anjos maus ou demônios naquele momento. Mas já em Gênesis 3, vemos que Satanás, na forma de uma serpente, tentava Eva ao pecado (Gn 3.1-5). Portanto, em algum momento entre os eventos de Gênesis 1.31 e Gênesis 3.1 deve ter havido uma rebelião no mundo angélico, na qual muitos anjos se voltaram contra Deus e se tornaram maus." (Teologia Sistemática. São Paulo, Vida Nova, 1999. Pág. 335).
Portanto, um acontecimento celeste teve conseqüências imediatas no desenrolar dos fatos da criação divina. A principal dessas conseqüências foi a indução ao pecado, que nasceu no coração de Satanás. Daí podemos concluir que o autor do mal é o diabo, não o Senhor, como alguns são tentados a pensar, e isto como decorrência da falta de livre arbítrio humano. Através de uma conduta, originada no âmago diabólico, o pecado entrou, via indução, na humanidade, através de Eva. Ao agir favoravelmente às pretensões do inimigo de Deus, Eva perdeu a capacidade de não mais pecar, e por isso demonstrou que seu coração já se inclinava à maldade, ou à vontade de Satanás, que é fazer o que lhe é próprio, ou adotar a conduta pecaminosa como regra de vida.
Os demônios, dos quais Satanás é chefe - vê-se aqui uma imitação da hierarquia celeste - , constituem uma forte resistência à obra de Deus. Apocalipse 12:9 traz base a esse argumento. Eles são inimigos de tudo o que se chama bom, e tentam tornar a mentira em verdade.
Aliás, caro leitor, repare um aspecto: o mundo é uma grande mentira. Tudo à nossa volta é mentiroso. Estamos cercados de objetos e situações que transmitem uma sensação de prazer que não é a divina; o que esse mundo entende por valores firmes morais é considerado loucura diante de Deus; o mundo jaz no maligno ("jaz" é um termo muito comum em sepulturas...) então, que parâmetros podemos usar para definir a verdade? Os desse mundo? De jeito nenhum: como sabemos que Satanás detesta tudo o que vem de Deus, estejamos atentos. Repare que, em Apocalipse, ele tenta criar até uma Trindade: o anti-cristo, a besta e o falso profeta; três são as coisas que mais influem no ego do homem: dinheiro (ídolo para esse mundo, de onde vem a vida e tudo o que nela há), fama (homem no centro) e poder (exercício da "soberania humana"). Disso decorrem ensinamentos que, insistimos, tem contaminado as nossas igrejas. O humanismo é decorrente de filosofias como essas.
Uma boa notícia, entretanto, é dada aos crentes. Deus está no controle, como devemos saber. E esse controle é estendido às ações demoníacas: vemos, por exemplo, em Jó 1:12, que Satanás tem que prestar contas a Deus, para agir dentre os homens. Daí depreende-se que cada ação demoníaca tem o respaldo da autorização divina, isto é, o diabo é usado por Deus para que se cumpram os desígnios divinos, mesmo que tais desígnios pareçam ruins aos olhos humanos. Outro aspecto é que Satanás, assim como os demais anjos e os demônios, não possui os atributos divinos. Os demônios seriam, então, informantes de Satanás, para a realização dos desígnios malignos.
2. Em que consiste a atividade dos demônios, então?
Como podemos perceber, a atividade dos demônios, devidamente controlada pelo Nosso Senhor, é intensa, e seu auge nas Escrituras foi atingido durante o ministério de Cristo na Terra, por razões óbvias. Vemos demônios tentando impedir o nascimento de Cristo, a permanência dele vivo nos primeiros anos de existência, até buscando evitar a crucificação, pela qual nossos pecados foram remidos. Nossa sorte é que nada ocorre por acaso, nem deixado às vontades particulares das criaturas; tudo está debaixo do soberano controle divino.
Notamos, entretanto, que a atuação demoníaca não se restringiu ao Novo Testamento, como muitos são tentados a pensar. A influência idólatra sobre Israel é algo notório no Antigo Testamento (Deuteronômio 32:16-17 evidencia a "adoração prestada a demônios" personificada nos ídolos de ouro e prata dos povos pagãos). Retornando ao Novo Testamento, vemos que a atuação demoníaca se dará também no futuro, como narrado em Apocalipse, especialmente no Milênio e no Juízo Final. Todo esse quadro é traçado para evidenciar que o diabo se opõe à criação divina, por ganância, inveja, sede de poder e de adoração.
Hoje em dia, podemos perceber que a atividade demoníaca está intensa. Tal como já afirmamos, o mal impera nesse mundo. Não há em quem confiar. O homem tenta desafiar seu criador, não se sujeitando ao controle divino, assim como o diabo tentou fazer. Desprezando a soberania do Senhor sobre tudo, sujeita-se ao controle de Satanás que, além de não lhe dar nada em troca (posto que tudo o que ele faz é mentira), toma dele a paz, mata a alegria e destrói sua vida.
Um aspecto que precisa ser mencionado é a cooperação do pecador com os desígnios de Satanás. Essa atividade demoníaca não é totalmente responsável pelo mal e pelo pecado existentes na Terra. Não adianta colocar a culpa de todas as desgraças no diabo: ele, na verdade, é um grande oportunista. O homem, ao se sujeitar a tal controle, é responsável por fazer a vontade de quem não é soberano sobre a criação. Mais uma vez ele se sujeita à criatura, e não ao Criador. Satanás tenta rebaixar a criação ao extremo: abaixo dos anjos, pois há seres humanos que os adoram; abaixo dos animais, pois há os que divinizam criaturas da natureza; abaixo das criaturas inanimadas, posto que há os artífices que fabricam imagens de escultura para os mesmos fins. O homem passa a ser coisa; e é assim que ele próprio trata o seu semelhante, como um objeto descartável, especialmente se dele pode tirar algum proveito momentâneo (assim se justifica a pornografia, por exemplo).
2.1. Da expulsão de demônios.
Uma das principais polêmicas que se fazem em torno da atividade demoníaca é a possessão. O imaginário popular produziu filmes como "O Exorcista", de William Peter Blatty, no qual se descreve a possessão de uma criança e das conseqüências dessa atividade para os próximos, inclusive para um sacerdote que tenta cumprir os desígnios divinos, sem ter o discernimento bíblico sobre o assunto. Outros têm apreço por ver demônios sendo sistematicamente expulsos e enfrentados em cultos de libertação televisionados. O que as Escrituras, entretanto, afirmam sobre a possessão perpetrada por demônios?
Em primeiro lugar, o demônio pode se apossar de um incrédulo, mas não de um cristão. Isso decorre de nos lembrarmos de que, se o Espírito Santo habita com o crente, não há como conviver um outro espírito habitando o mesmo corpo. Portanto, não há que se falar no "endemoninhamento" de crentes. Há denominações que pregam essa possibilidade mas, uma vez regenerado, o cristão não é mais morada de espíritos imundos. Duas naturezas espirituais opostas não podem ocupar o mesmo espaço.
Em segundo lugar, não se pode admitir que uma pessoa seja possuída por Satanás. Ele é o principal dos demônios, e grande em poder; sua tarefa é designada aos subordinados, que vagam pela Terra. Outro fator é decorrente do grande poder satânico: a pessoa simplesmente seria destruída, caso tal possessão viesse a acontecer; a "carga demoníaca" seria alta demais para que um indivíduo a suportasse.
Cristo delegou autoridade aos crentes para expulsar os demônios de quem os tivesse (Lucas 9:1). Uma vez que todos os crentes são revestidos de tal autoridade, não há restrições ao modo de se aplicar o exorcismo, apenas que se siga as Escrituras, as quais nos mandam expulsar os demônios, não dialogar com eles. Há os que fundamentam a possibilidade de se questionar um demônio segundo a passagem em que Cristo pergunta aos demônios do gadareno quantos eles são. Precisa se notar o propósito de Jesus em evidenciar o milagre que aconteceria dali a pouco, quando os espíritos imundos entraram na manada de porcos e precipitaram-na no barranco; o que se nota por aí é perguntar aos demônios o que eles tiraram da pessoa, como eles atuam, dentre outras coisas. Deve haver o discernimento nessas horas: a quem estamos pregando? Como isso se faz? Para que "converso" com o demônio, sendo que a Bíblia manda-me expulsá-lo e pronto? Talvez a intenção seja chamar a atenção do povo para o momento mágico da pretensa expulsão, não para o Autor da mesma.
Conclusão
Nessa rápida exposição, procuramos salientar alguns pontos-chave sobre um assunto muito presente na vida cotidiana de pessoas espirituais. Sim, porque o incrédulo nada percebe, vez que seu entendimento está embrutecido pelo pecado. Portanto, é necessário que o cristão pondere algumas considerações:
  • Há uma realidade espiritual, consciência que deve ser mantida no dia a dia. Por vezes, o homem ignora as reais causas dos males que lhe acontecem, e a resposta está nesse intercâmbio existente entre o mundo terreno e o espiritual. O pior que se pode fazer é tentar negar que este mundo não possui influência de fatores sobrenaturais.
  • Não podemos sobrestimar, nem superestimar anjos e demônios. Devemos tratá-los como merecem, segundo a Palavra de Deus. A cultura tenta impor que o homem vive no meio de duas forças antagônicas, o Bem e o Mal, e as esboçam como equivalentes em poder e influência sobre os destinos da humanidade. Isso é desprezo às Escrituras, notadamente à soberania divina, que está no controle de tudo.
  • Seguir a advertência de II Coríntios 11:14, e recusar-se a obedecer a falsas doutrinas. O diabo é um especialista nas Escrituras, e somente um especialista pode torcê-las a seu bel-prazer. Há inúmeras doutrinas de demônios circulando por aí. Nossa tarefa é impedir seu ingresso nos círculos de comunhão evangélica, obedecendo ao princípio da "Sola Scriptura".
O objetivo de estudarmos os anjos e demônios é nos conscientizarmos da nossa responsabilidade para com nossa conduta diária. Os anjos que se mantiveram fiéis a Deus são exemplo de louvor diante do trono divino; os decaídos são exemplo da justiça divina, que a nenhum deles poupará. Não podemos culpá-los das desgraças do mundo, vez que o pecado é uma constante na natureza decaída do homem e eles agem como autênticos oportunistas, procurando enlaçar os descuidados nas suas artimanhas.
Tudo passa pela sujeição à autoridade divina. Deus está no controle; portanto, não nos rebelemos contra essa autoridade, para não sofrermos as conseqüências, em vida mesmo.
Se te perguntarem sobre teu anjo, agora você pode responder: "Tudo está sob controle do meu Deus na minha vida".

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